Viagem de Barco pela Amazônia: de Belém a Manaus

Finalmente, depois de quase um ano explorando as belezas e culturas do Nordeste, cheguei ao Norte do Brasil. O impacto da diversidade cultural foi imediato e fascinante. Passei três semanas em Belém, uma cidade vibrante e cheia de história, mas estava na hora de seguir para o próximo destino: Manaus.

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Embarcação que viaja pela Amazônia

Duas opções se apresentaram para chegar a Manaus: avião ou barco. Sem pensar duas vezes, escolhi a aventura de uma viagem de barco pela amazônia. A passagem custou 400 reais, além de mais 50 reais para comprar uma rede, e não podia faltar minha sacola de comidas para os cinco dias de travessia pela Amazônia.

Preparativos e Partida

Cheguei cedo ao terminal hidroviário e garanti um bom lugar para minha rede, longe do barulho ensurdecedor do motor e bem protegido do sol quente do Norte. O barco oferecia todas as comodidades necessárias para uma viagem confortável: banheiros com chuveiros que utilizavam a água do rio, um restaurante com refeitório para as refeições e um terraço perfeito para admirar a paisagem amazônica. Passei a maior parte do tempo lá, encantado com a vista.

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Área de instalação de redes do Barco

Primeiros Dias de Navegação

Partimos de Belém do Pará, fazendo paradas em várias cidades ao longo do trajeto. Santarém e Parintins foram destaques nesse percurso. Após dois dias de viagem, entramos no majestoso Rio Amazonas, ainda no estado do Pará. Subir o rio contra a correnteza significava mais três dias de navegação.

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Viagem de barco pela Amazônia

A imensidão do Rio Amazonas me deixou sem palavras. Suas margens alcançavam até 50 km de largura em alguns pontos. Durante a viagem, tive a sorte de avistar búfalos se refrescando, golfinhos e até os famosos botos-cor-de-rosa saltando alegremente nas águas. A floresta que nos cercava era um espetáculo à parte, uma densa e misteriosa cortina verde que me fazia imaginar a incrível biodiversidade escondida ali. Não conseguia parar de pensar em como seria impossível sobreviver sozinho na vastidão da Floresta Amazônica.

Paradas e Descobertas

Quando chegamos a Santarém, a monotonia do barco foi quebrada. Finalmente, uma chance de esticar as pernas! Passei algumas horas explorando a cidade, reabastecendo minhas provisões e me maravilhando com o estilo de vida à beira do Rio Amazonas. O barco ficou mais vazio e melancólico após a partida de muitos passageiros, a maioria local ou em direção a Alter do Chão, o “Caribe Amazônico” com suas praias de águas cristalinas.

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Parada em Santarém

De volta ao barco, restavam dois dias até Manaus. A travessia pelo estado do Amazonas trouxe mudanças na paisagem: a floresta se tornou mais densa e misteriosa. As noites eram mágicas, passadas no terraço do barco, admirando um dos céus mais estrelados que já vi, longe das luzes da cidade, em pleno coração da mata.

Chegada em Manaus

Parintins foi outra parada memorável, com seu mini bumbódromo no porto, lembrando o famoso Festival de Parintins e a eterna rivalidade entre os bois Garantido e Caprichoso. Embora eu não entendesse muito na hora, ao chegar em Manaus, percebi que meu coração batia forte pelo Garantido.

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Garantido e Caprichoso em Manaus

Após mais um dia de viagem, finalmente chegamos a Manaus. O pôr do sol que nos recebeu foi espetacular, e eu estava empolgado para explorar essa cidade misteriosa. Desci do barco com minha mochila nas costas, sem um plano de onde dormir, mas com sentimento de missão cumprida, apóis ter realizado esse passeio de 5 dias pela Amazônia, um lugar repleto de encantos que ficará para sempre na minha memória.

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Pôr do Sol no porto de Manaus

Uma viagem de barco pela Amazônia de Belém a Manaus é uma aventura inesquecível que combina beleza natural, riqueza cultural e um pouco de desafio. Planeje-se bem, escolha a embarcação que melhor se adequa ao seu perfil e prepare-se para viver momentos únicos em meio à maior floresta tropical do mundo.

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Igor Braz
Igor Braz

Brasileiro, viajo o mundo desde 2022 contando histórias e dando dicas de viagem.

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