Aventura pelo Nordeste: Do Sul da Bahia ao Maranhão
Depois de explorar a Serra do Cipó e Diamantina em Minas Gerais, minha terra natal, senti que era hora de ir mais longe e conhecer o litoral nordestino, começando pela Bahia. Estava empolgado, pois nunca tinha visitado a Bahia antes, um estado que muitos dizem ser um dos melhores do Brasil.
Explorando as Vilas do Sul da Bahia
Decidi começar a aventura explorando as vilas do sul da Bahia. Durante meu primeiro voluntariado na Serra do Cipó, conheci a Melissa, uma argentina que estava trabalhando em Arraial d’Ajuda. Perguntei a ela se havia alguma oportunidade para mim ali, e após alguns dias, ela confirmou que sim. Com as malas prontas, segui rumo a Porto Seguro.
Cheguei à rodoviária de Porto Seguro em um dia chuvoso, caminhei pela Passarela do Álcool até a balsa que leva a Arraial d’Ajuda. Após a travessia, peguei uma van até o centro de Arraial, onde Melissa me recebeu no hostel. Fiquei maravilhado com a estrutura e beleza do lugar, que seria minha nova casa.
Morando na praia pela primeira vez
Arraial d’Ajuda me conquistou de imediato. A vila é pequena, tranquila, segura, com muita música, pessoas incríveis e praias lindas com águas quentes. Era o paraíso. Após um mês de voluntariado, minha chefe me ofereceu um trabalho integral como recepcionista no hostel para ajudar na alta temporada. Embora isso significasse ficar mais quatro meses, aceitei a oferta.
Nesses meses, aproveitei Arraial como nunca, seu charme nunca me cansava. Aprendi a gostar da praia e do mar, me desenvolvi pessoalmente, profissionalmente e espiritualmente. Além de conseguir juntar uma graninha para seguir viagem. Quando chegou a hora de partir, estava pronto para explorar novos lugares e conhecer novas pessoas.
Nesse artigo eu falo sobre todas as atrações desse lugar incrível, chamado Arraial D’Ajuda.
Trabalho Voluntário na Sea Shepherd Brasil
Consegui um trabalho voluntário na Sea Shepherd Brasil para documentar a expedição Ondas Limpas na Estrada. O trabalho envolvia morar em um motorhome, fotografando e filmando uma pesquisa sobre o perfil dos plásticos nas praias brasileiras, com alimentação vegana inclusa. Cada dia um lugar e uma praia diferente.
Apesar do paraíso, o trabalho era muito puxado, mas valeu cada esforço. Viajar em um motorhome sempre é um desejo de todo viajante, e conseguir fazer isso pelo nordeste brasileiro trabalhando com algo que eu amo foi um sonho.
Descobrindo o Litoral Nordestino
Comecei em João Pessoa e conheci lugares incríveis no caminho, como Barra do Mamanguape, Baía da Traição, Barra de Camaratuba, Baía Formosa, Pipa, Tibau do Sul, Tabatinga, Natal, Zumbi, Touros, São Miguel do Gostoso, Icapuí, Canoa Quebrada, Fortaleza e Icaraí. Durante esse tempo, foram mais de 60 lugares pelo litoral nordestino, percorrendo três estados e trabalhando em mais de 50 praias.
Foi uma experiência maravilhosa e me senti realizado. Minha última praia foi a Praia do Preá, no Ceará, ao lado de Jericoacoara, meu próximo destino.
O Charme de Jericoacoara
Jericoacoara foi um paraíso mágico. Uma vila construída sobre dunas no litoral cearense, onde contemplei meu primeiro pôr do sol no mar. A tranquilidade da vila a deixava ainda mais charmosa, com suas ruas de areia que nos permitia caminhar descalços.
Passar o dia na praia, subir as dunas para ver a paisagem, dançar samba, forró e reggae à noite, e beber nas barraquinhas da praia do centro eram alguns dos atrativos desse lugar especial. E, claro, as pessoas que conheci ali fizeram toda a diferença. E foi nessa mesma vila que completei 1 ano de mochilão, desde que saí de casa para explorar o mundo.
Explorando os Lençóis Maranhenses
Após Jericoacoara, optei por seguir rumo ao norte do Brasil, com os Lençóis Maranhenses me aguardando. Saí de Jericoacoara e cheguei à cidade de Barreirinhas no Maranhão após um dia inteiro de carona.
Barreirinhas é uma das portas de entrada para os Lençóis Maranhenses. Ali, você pode contratar agências para diversos passeios, mas preferi fazer tudo por conta própria. Paguei 50 reais para um guia me levar até a entrada dos Lençóis. Fui equipado com comida, água e minha barraca, onde passei a noite acampado sob um céu iluminado pelas estrelas da nossa galáxia.
No dia seguinte, tinha o resto do dia para desfrutar e explorar mais aquele lugar. Caminhei em uma única direção para não me perder e conheci inúmeras dunas com suas respectivas lagoas, onde nadei livremente.
Ao fim da tarde, voltei e consegui uma carona de volta com um grupo de turistas que havia alugado um buggy particular, aparentemente ser mineira traz vantagens para sua vida. Voltei para Barreirinhas feliz por ter conhecido um dos lugares mais incríveis da minha vida.
Descobrindo São Luís e Alcântara
Depois de Barreirinhas, me faltava conhecer São Luís, a Ilha do Amor. Justo na época do São João, tive a oportunidade de explorar essa cidade, onde as festividades ocorrem todos os dias. Embora as praias próximas de São Luís não fossem adequadas para banho, aproveitei muito o centro histórico da cidade.
Aprendi sobre a cultura do Bumba Meu Boi, a culinária maranhense e a história do reggae. A simpatia dos maranhenses me lembrou muito minha terra natal, Minas Gerais, sempre simpáticas e abertas, te ajudando sempre que possível.
Pegando um barco saindo de São Luís tive a oportunidade de conhecer Alcântara, uma cidade no litoral maranhense cheia de ruínas e portando uma base lançamento de foguetes da Aeronáutica Brasileira. Um pequeno, tranquilo mas muito especial.
Mas com uma história triste, onde as comunidades quilombolas lutam contra as forças armadas para impedir a invasão de terras para construir mais bases de foguetes.
Próximos Passos: Rumo ao Norte
Com minha hospedagem em São Luís chegando ao fim, minha jornada pelo litoral nordestino também se encerrava. Os próximos passos me levariam ao norte do país, começando por Belém do Pará.
